segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Odisséia no módulo II
Hoje vou voltar a falar de futebol. Mas não vai ser dos campeonatos de pompa, como aqueles que estão para começar lá pelos lados da Europa e nem comentar sobre a tristeza que é assistir a uma partida válida pelas confusas rodadas do Campeonato Brasileiro deste ano. Ah! Também não vou exaltar nem defender o futebol feminino de Marta e Cia. ilimitada (é, ilimitada mesmo, como a série dos anos 80. Limitado mesmo é o futebol masculino) que hoje é pauta nos principais veículos de futebol do Brasil. Mesmo porque, ficar imaginando a Marta com a camisa 10 do meu time é bobagem.
Vou regionalizar hoje, e falar do Campeonato Mineiro, módulo II, que acabou recentemente, para ser mais exato, no último domingo (29). Devo dar os parabéns para Social de Cel. Fabriciano e Uberaba Sport, que conseguiram subir para elite do futebol de Minas Gerais. Aliás, acho que todo mundo deveria reverenciar essas duas equipes por terem conseguido tal feito. Uma proesa sobreviver nessa odisséia chamada Campeonato Mineiro, módulo II.
Imagine só. Domingo, 10h30 da manhã, o torcedor sai de casa para ir ao estádio ver o time da sua cidade jogar. A indumentária está impecável: camisa oficial do time, bermudinha do fundo do cesto de roupa suja (ninguém vai querer sujar a roupa no estádio, né?! Poxa, é série B, não tem cadeira!), dinheiro para ingresso mais alguns trocados para a cerveja, bonézinho para aliviar o sol no rosto e vamos à luta!
É triste pensar que você renunciou algumas horas a mais de sono para assistir a dezenas de centenas de milhares de barbeiragens da arbitragem. É impressionante como é grande o número de erros em uma partida. Parece que o pré-requisito para apitar módulo II é não saber das regras de arbitragem. Tem como ser pior? Claro, que tem! Quando seu time vai jogar fora de casa! Não foi uma nem duas vezes em que o Uberaba Sport, por exemplo, foi jogar fora e perdeu pontos por erro de juiz ou do auxiliar. E eram erros descarados, assustadores, inacreditáveis, preocupantes.
No Uberabão mesmo, já presenciei erros, sinceramente, engraçados. Parecia que o bandeira não podia abaixar o braço. Teve uma jogada quase "dantesca" em que o pobre coitado do atacante do Uberaba recebeu atrás da zaga, pela direita; mas tinha outro jogador colorado pela esquerda impedido. Adivinha se o auxiliar não deu o impedimento e o juizão não confirmou!? Desse jeito não dá, professor, vamos prestar atenção! E o Uberaba ainda conseguiu subir, hein?! Imagina o que não devem ter passado os outros que não subiram! Lamentável!
Como se não bastasse a partida desleal contra o trio de arbitragem, as equipes têm um outro grande adversário no módulo II: uma tabela extremamente mal feita. Sinceramente nunca vi um campeonato começar com sete times e ter um hexagonal final! Além de ser desnecessário você jogar contra um mesmo time 4 vezes em um campeonato (ou melhor, joga contra praticamente todos os times 4 vezes), como vai ficar o único time que ficou de fora? Não quero nem imaginar o que passou pela cabeça de jogadores e diretoria do Extrema...
Esse ano seriam oito equipe, mas com a desistência do Atlético, de Três Corações, ficaram apenas sete. Os sobreviventes disputaram entre si, em jogos de ida e volta uma vaga no Hexagonal final, em que todo mundo jogaria contra todo mundo de novo, para definir quais seriam os dois classificados para a elite do futebol mineiro. Sinceramente? Muito ruim. O problema é renda? É só fazer dois grupos com quatro times, semi-final e final. Torcedor gosta é da fase decisiva. Ninguém vai aos jogos no início da competição, ainda mais com ingresso a R$ 10,00.
Apesar de tantos pesares, temos que desejar boa sorte ao Colorado e ao Saci, agora representantes de suas cidades na primeira divisão de Minas Gerais. Ah! Ano que vem o América, glorioso, da capital, tradicional, estará no módulo II. Será que vai ser uma competição maluca e mal elaborada como nos últimos anos? É esperar para ver!
Artigo publicado no Katatudo News, 01/08/2007
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Um comentário:
Além de achar a tabela hexagonal um exercício para paciência e também para o físico dos jogadores, a arbitragem merece investimento na área de tecnologia, que não é muita coisa, como duas câmeras e um monitor. No futebol americano o uso da tecnologia chega a ser exemplo. Os árbitros assistem aos replays antes de marcar. Sinceramente, já saturou ver o trabalho de equipes indo pro ralo por conta de um babaca que não sabe apitar.
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